segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Acho que é porque vou entrar de férias

Definitivamente é incrível estar simplesmente bem, só por estar, nem um movimento novo aparente, é só uma satisfação gratuita, é só um parecer livre... Acho que é porque as férias do trabalho estão chegando... Vou ficar 30 dias sem ter a menor idéia do que fazer. Não fiz planos, porque não quero planejar isso, seria incoerente acho, programar.Sem essa vai... Se fosse planejar viajar para Minas, talvez programasse na boa. Fazer o que em Minas? Também não vou agendar tudo né?! Mas farei questão de conhecer Carlos pessoalmente, lendo os ladrilhos de Itabira.

Tem gente que acha que sentou ao lado dele perto da praia. Até faria isso naquele Rio... Mas não agora... Nem em dia algum faria questão... A não ser que fosse pra tomar um café com o Dri. Eu odeio café. Mas o Adriano teria uma idéia. Talvez não tivesse. É uma pessoa de boas conversas, textos e pitos, mas não é bom de idéias. Gostaria de conhecer a barbearia onde corta o cabelo, deve ser um local antigo, interessante e engraçado. Quase sinto o cheiro, do acento velho.

Definitivamente estou respirando profundo, com um sorriso entalado, me sinto ansiosa para dias de êxtase é como se eles estivessem quase chegando para uma visita. Estranhamente pareço querer recebê-los sem medo ou pudor dessa vez. Não que não tenha querido, mas evitei ao máximo, por ter medo de em seguida ser infeliz. Me sinto mais inteligente agora.Estranhamente saí do banho ansiosa por viver hoje, não dava pra fazer muito, já que só pude entrar na ducha as 21h e sendo uma segunda-feira, o outro dia ainda reserva algumas horas de intenso trabalho honrosamente dedicadas, então decidi não me vestir, só deitei na cama e curti o sentimento. Pensei de novo em não esperar algo...

Não aconteceu nada... Veio aquela ansiedade gostosa, um frio na barriga, e uma lagrima. Fiquei só emocionada. Seriam meus hormônios? Não estou grávida. Estaria apaixonada? Por sorte ou azar, seria a segunda vez este mês, que mal começou e já levei um fora e depois descobri que não era amada e sim a amante...

Não ele não era casado, mas de qualquer modo eu não era a “aquela” e sim a outra... Que engraçado! Depois do susto um alívio...

Estou com a pele boa, vou entrar de férias, fazer coisas que não tenho idéia. Vou viajar, ou não... Ficar em casa ou não, só vou coçar e pronto ou não. Isto até parece um plano, mas me perdôo porque foi sem querer e o que vale é a intenção. As coisas tem valido a pena. Meu desperdício é no máximo uma pontinha de medo...

Não é bem medo, mas estranheza. Estou com uma vontade mais que louca de me dar um abraço apertado. Não é Narciso, juro... Mas me sinto a coisa mais linda desse mudo... Não a pessoa, pessoas aos montes são bonitas e tenho percebido isso e me sentido cada vez mais rica por meus amigos fazerem parte dessa turma de gente sincera.


É incrível... Acho que isso tudo é porque vou entrar de férias... Vou sentir falta do trabalho. Ele me completa... Mas meu trabalho precisa das minhas férias...Acho que é porque vou entrar de férias...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Briguei com um amigo, como se a culpa fosse dele. Não, não briguei, aliás, somente externei meu ódio insensato, inexato e paradoxal. Não sou isenta de troca de grosseria e acabei que sem a cerveja. Pois é, eu terminei abandonada. Previsão para esta noite: algumas horas infames até que eu durma e me afogue em minha baba. A gente nem estava perto mesmo...

O fato foi a pergunta cretiníssima: (eu nem sei se existe superlativo para isso). Cadê suas amigas? Certamente com os namorados, já que elas não tem problemas de socialização com o sexo oposto. (essa não foi a pergunta cretina... É não foi). Mas a que sucedeu foi definitivamente devastadora em minha condição: você não tem nenhum “esqueminha”? O que, que é isso? Então só porque todas, odiosamente todas as minhas amigas estão felizes com alguém e eu não, além de não ter ninguém para sair eu automaticamente devo me jogar numa arena cheia de leões famintos? (odeio as felicidades absurdas ao qual não compartilho). Amigas quando eu digo que eu sou feliz por vocês é mentira...

Ahhh! Francamente... Onde fica a Grécia mesmo? Um barzinho serve eu acho, uma boate? “Esqueminha”? Preciso procurar a definição disso no Wikipédia, espero que alguém tenha colocado a informação errada, para que eu possa me iludir um pouco, e acreditar que eu não tenha entendido o que ele disse. Quero acreditar que exista gente inteligente na madrugada, mas fatalmente encontro semi-embriagados, ludibriados com seus lindos carros e meninas bonitas. Algumas burras, outras mais ou menos burras, outras me surpreendem quando conseguem fazer uma analogia ou comentário. Por exemplo: Nossa! Lançaram o livro do Harry Potter, sabia que tem o filme? Incrível. E é por isso que eu decidi não sair com ninguém. Por alguma razão desconhecida não aparece alguém que efetivamente valha a pena. É sempre o mesmo papo péssimo, a mesma falta de percepção da sua alma na existência terrena, alienação. Honestamente a minha paciência se esvaiu. Começa que sou moralmente inadequada para qualquer sujeito, só porque acho as coisas naturais, e olha que nem pratico nada consideravelmente obsceno. Hiprocrisia, "eu quero uma pra viver!"

O fato é que as mães me odeiam antes de me conhecer. Sério! Eles sempre tem medo de me apresentarem para as mães. Só porque eu não concordo com alguns parâmetros sociais previamente estabelecidos de como a mulher deve se portar. Acho que assim como na mesa deve ser na cama. Imprevisível, sofisticada, deliciosa, decidida e nada silenciosa (depende).


Sou de família italiana, a gente xinga, brinca, se diverte e fala alto enquanto come. Acho péssimos aqueles casais em que as mulheres são caladas, e quando falam é sobre os filhos, a casa, o cabeleireiro ou a última roupa que comprou. Enquanto isso, os machos arrotam, bebem, falam palavrão... E olha que previsível, batem em suas bundas quando passam.

Queria mesmo ter talento pra buscar a cerveja na geladeira. Deus eu não tenho, porque até que eu chegue na sala eu já bebi a cerveja. Entende?! Mas é praticamente isso, os carinhas querem as meninas virgens, ou com caras de virgens, ou as que fingem que são virgens, para exibir. Aliás já percebi que homem não precisa ter integridade, se tem uma gostosa ao lado. Não aceito ser adereço de sujeito mentalmente encardido. E fisicamente não me enquadro no conceito de beleza atual. Não sou mulher fruta. Nem sou boa de fazer suco. TANG no máximo e com vodka.

Pareço uma frustrada falando, talvez porque eu tema ter um fim trágico. Acho que estou fadada à Amélia, obviamente não sei se por gosto ou falta de opção. É que já fui largada pelo que julgava ideal, e incrível, e perfeito...Vejo a perfeita merda que me enfiei. Me vi lavando e cozinhando para alguém, e as vezes eu esquecia que eu gostava de esmalte vermelho e não fazia as unhas. Perdi a memória de quem eu era.

Tive sorte quando ele foi embora, restou um pouco de mim. Sobrou muito pouco do que se supõe ser alguém, mas sobrou. Um corpo mais magro, querendo dar um jeito nisso e um sorriso que insistia em não sair da boca porque chorar era inevitável. Agora eu não quero provar um pouco mais do mesmo.


Não é apenas medo... É auto-preservação. Sempre achei que isso fosse desculpa para gente fraca. Mas sinto que enrolo, porque planejo e sou um profeta as avessas de mim mesma. “Só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa(...). De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?" (Adélia Prado).

E porque briguei com meu amigo? Eu nem me lembro... Mas ele me disse que isso tudo é bobagem, que eu não tenho a menor convicção no que digo, já que eu sou exigente demais e seletiva de menos, e nunca sofro já que nem da tempo. “O cara num corre de você, você o bota pra correr”. É vai ler um clássico, para se entender, ou complicar e não se arrepender. Mas você está me devendo uma cerveja... (briguei com outro amigo em seguida e nem sei de que briga estou falando mais).

Um texto ruim

Existem uns textos péssimos por aí do que se aprendeu com a vida...
Apesar de ruins sempre dizem algo da gente, daí pensei nas minhas noites bandidas, em que o sono roubado pela embriaguez, me levou à esferas de auto-compreenção.
Por céus, vi que foram muitas coisas, mas nunca o suficiente. O que eu quero dizer é que tenho muito à aprender e que ainda tenho que beber um pouco mais.
Todo mundo é mais legal com vodka... Sei lá

Vejo muito lucro nisso...
Saquei que ainda não tinha nenhum CD da Cyndi Louper no computador. Achei pecado, já que havia aprendido com minha mãe que a garota antiga tem um pouco mais a dizer além do pop. Então percebi que ter conhecimento não significa muito, quando os detalhes notáveis de qualquer situação não são vivenciados.

Essa fruição leva-me a crer que, às vezes ter um bom português não faz muita diferença (na verdade tive a ajuda de Humberto) pra ver isso.
Aprendi que nas coisas fúteis contém as maiores filosofias, sei lá: quando se pinta as unhas, a primeira camada tem que ser bem feita, se não enche de bolhas e o resto todo fica ruim. É aquele lance de anúncio: precisa-se de bases sólidas.

Acho que aquela linha grega da mitologia é a mais certa, a vida intensa, a vida insana. Todos podem ter: “la vida loca”, mas as consequências vem à rodo. Todo mundo é afetado por pragas, quando alguém faz algo errado. Sei lá a Grécia era muito pequena pra um mundo tão complexo. Ou muito grande para um mundo tão medíocre.
Penso que o mundo de todo mundo é dicotômico? Grande, pequeno ou sincrônico, diacrônico. Em quantas dimensões a gente num se acha até se perder de novo? Perfeito pra você Heráclito. Pra consertar: eis que surge o desconserto. Me remete a filosofia do filho preguiçoso: pra que arrumar a cama de noite se vai dormir de novo?

Não sei, eu não arrumo!
É talvez seja a hora de arrumar a casa... E mais um texto ruim foi deixado para a posteridade...