quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tal qual a felicidade

Sinto que sou estranhada, gosto muito da tristeza, dessas de fundo de poço tanto quanto da felicidade... Pode parecer muito absurdo, mas é incrível o quanto se pode se sentir feliz no meio de uma choradeira "sem fim"... O “sem fim” é um drama engraçadíssimo, porque nunca se pode duvidar que aquela tristeza é infinita, porque naquele minuto de hora é... E por sorte, razão ou acaso. Somente naquele momento, episódio ou temporada, esse sentimento de semi-morte, chega a extremidade da alma intangível.

Ufah! Embora eu quisesse sem querer, nunca morri, não nessa vida. Na verdade já nasci muitas vezes, mas só daquele jeito clichê de ressurgir das piores situações de estresse, e por isso tive excelentes oportunidades de ser feliz incessantemente!


A felicidade e a tristeza são uma loucura fundida... Tenho quase certeza disso. Penso também que a felicidade está para a tristeza, tanto quanto o amor para o ódio... Não é para ser profundo, nem sistemático... É só que os extremos estão conectados quase que por um sentimento de possessão.

As vezes penso que a felicidade, é um sentimento ofensivo, provocativo, burro e alienante. Nunca gostei de pessoas felizes. Não sei se porque me sinto agredida ou porque não acredito na plenitude desse sentimento. Se é que podemos “condenar” a felicidade sob a acusação de sentimento. Se fosse pleno deveria ser simplesmente um estado de espírito, mas para mim não daria certo.

Eu preciso muito estar insatisfeita. A inquietação é que me torna feliz a maioria das vezes. Porque os únicos momentos em que me sinto feliz é quando sano algumas das minhas labutas internas. Fatalmente, imediatamente encontro outra para ser infeliz de novo. Me defendo dizendo que sou filha de Heráclito e aprendiz de Sócrates. Mas obviamente não sou nem de longe algo assim.

Pensa! Que saco seria se tudo fosse ótimo. Eu acho que se eu fosse feliz, quando acordasse e abrisse a janela teria muita preguiça... Porque sinceramente eu só vivo porque tenho um grande objetivo na minha vida: ser feliz, e se eu conseguir isso... Acabou! E aí eu vou fazer o que? Por isso, é que eu vou atropelando esse capítulo.


Primeiro eu faço isso, depois aquilo, aí eu realizo aquele sonho, depois esse, um de cada vez. Então vou sentindo os momentos devagarzinho ou rinho [cada um escolhe o mais certa forma de dizer]. Mesclando com uma decepção aqui, uma tristeza ali, uma frustração. Porque num dá para ser feliz sem ser triste, é como se lembrar sem esquecer... Não dá...

Pretendo ser triste para o resto da vida, só pra poder contemplar a emoção de chorar quando pressentir a felicidade se aproximando outra vez...