domingo, 8 de novembro de 2009

Substancialmente

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Lembra daquela história sem fim em que não importam os acontecimentos? E nem a sucessão deles, e que não existe nada desinteressante suficientemente para não ser escrito, lido ou contado. É... A vida é substancialmente – falta algo depois do advérbio – mas o que dizer quando há o temor de que a história sem fim, tenha tido um cabo?

Não dá para fazer muito a não ser dizer um: enfim...

É possível relembrar velhos fatos, ou fazer com que aconteçam novos... – escolhas – De que forma contar uma nova história? Os mesmos protagonistas seria uma boa ideia, mas atualmente o elenco está meio desfalcado – ou está lá em outra história, não menos importante – mas a direção finalmente está em mãos adequadas.

Não é nenhum Jean-Pierre Jeunet ou Pedro Almodóvar, mas dará para quebrar um galho, ! Tem o Goddard – se depender de excentricidade – o sucesso da hitória é certo.

O fato é que essa história já foi contada, não será nem uma estreia, mas a ideia é que ocorram fatos inéditos.

Mas dessa vez, não será mencionado, o caso daquela senhora que fica sentada numa cadeira de balanço todos os dias, na varanda de sua casa analisando as brincadeiras das crianças na rua, esperando que elas dêem um passo em falso, só para delata-las as suas mães – Luiz Otávio quem o diga – , nem falar da vizinha ao lado que recebeu outro homem ontem. Afinal a vida é dela, e vai saber quantos tios ela tem não é mesmo?

Essa é a história daquela garota de botas limpas e guarda-chuvas vermelho andando na rua, numa chuva de matar afogado, e que não era a chuva o que de fato a molhava. A chuva era a metáfora do choro, por isso as botas secas e limpas, a lama era da alma, e o guarda chuva vermelho, era somente a paixão do seu peito, mas isso tenho certeza que o bom leitor entendeu...

Na história, ela sorrio, do nada e foi....
Ninguém sabe o que ela viu e nem para onde foi... Uma certeza existe, ela não foi tão longe que não pudesse voltar e não tão perto que pudesse ficar. As coisas mudaram.

Um All Star no pé que estaria branco se não fosse a enxurrada, uma jaqueta verde e passos curtos próximo a uma igrejinha simpática, sentiu-se na Europa olhando os pequenos ladrilhos do chão, com flores coloridas grudadas, e a melancolia da falta de sol, com o sopro frio da chuva de dois dias na primavera.

O caminho foi custoso, até encontrar um lugar cômodo para se sentar. Inicialmente, acomodou-se no degrau da porta da capela – capela de Santo Antônio – depois não achou bom ficar de costas para os santos, não que ela seja religiosa, não é... Só que a incomodou ficar de costas para os donos da casa. Então levantou-se, e sentou na fonte que a pouca água que tinha, era apenas a da chuva – a fonte está inativa tem algum tempo – de frente com a porta dos santos. Sentiu-se bem ali, somente com eles e a garoa nos ombros, então respirou finalmente.

Mas não aconteceu nada, nem um arco-íris, ou luz no céu, e não havia muito que fazer a não ser levantar-se dali, mas não levantou, pensou que tinha que pensar mais um tempo.

Não tem muito o que contar agora, porque realmente não aconteceu nada... Ela se levantou depois de um tempo, não chorava mais, mesmo assim levou o choro com ela, não esperava alguém, nem o que, mas só porque não dá para esperar por nada.

Ficou ali minutos que pareciam horas, não porque não queria estar ali. Só que apenas aquele lugar a cabia, não havia onde ir, nem o que buscar. Ela queria seus sonhos e certezas de volta, as promessas e juras e esperança e possibilidades. Ela gostaria de poder lutar, mas como, como que e contra quem.

Então viu que somente dava para lutar a seu favor... Ainda não decidiu desistir não dessa luta, pode ser que daqui um tempo essa luta perca a importância, mas não hoje...

E... Obviamente essa história não acabou só precisava ser contada, alguns fatos foram cortados, não pela relevância, só porque que celulares não parecem muito atrativos nesse cenário, nem SMS, enfim.

A vida é substancialmente forjada, até mesmo as coisas casuais são premeditadas, não dá para esperar o príncipe encantado e nem deixar que um trem atropele. É muito mais garantido arrumar uma mula subir nela e buscar o tal almejado, e o trem, não dá pra se jogar em tudo sem cautela, pega ele no ponto.

A garota levantou e foi... Ainda não dá para saber onde e nem sempre quem escreve, narra, conta ou dirige a história é quem vai determinar o rumo, porque fim isso com certeza não tem, porque de verdade isso não pode acabar assim...

Ainda falta estar naqueles olhos...
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Um comentário:

Luu disse...

Adorei o teu textoo :D

Ps. se quiseres passa pelo meu :D