domingo, 2 de janeiro de 2011

Briguei com um amigo, como se a culpa fosse dele. Não, não briguei, aliás, somente externei meu ódio insensato, inexato e paradoxal. Não sou isenta de troca de grosseria e acabei que sem a cerveja. Pois é, eu terminei abandonada. Previsão para esta noite: algumas horas infames até que eu durma e me afogue em minha baba. A gente nem estava perto mesmo...

O fato foi a pergunta cretiníssima: (eu nem sei se existe superlativo para isso). Cadê suas amigas? Certamente com os namorados, já que elas não tem problemas de socialização com o sexo oposto. (essa não foi a pergunta cretina... É não foi). Mas a que sucedeu foi definitivamente devastadora em minha condição: você não tem nenhum “esqueminha”? O que, que é isso? Então só porque todas, odiosamente todas as minhas amigas estão felizes com alguém e eu não, além de não ter ninguém para sair eu automaticamente devo me jogar numa arena cheia de leões famintos? (odeio as felicidades absurdas ao qual não compartilho). Amigas quando eu digo que eu sou feliz por vocês é mentira...

Ahhh! Francamente... Onde fica a Grécia mesmo? Um barzinho serve eu acho, uma boate? “Esqueminha”? Preciso procurar a definição disso no Wikipédia, espero que alguém tenha colocado a informação errada, para que eu possa me iludir um pouco, e acreditar que eu não tenha entendido o que ele disse. Quero acreditar que exista gente inteligente na madrugada, mas fatalmente encontro semi-embriagados, ludibriados com seus lindos carros e meninas bonitas. Algumas burras, outras mais ou menos burras, outras me surpreendem quando conseguem fazer uma analogia ou comentário. Por exemplo: Nossa! Lançaram o livro do Harry Potter, sabia que tem o filme? Incrível. E é por isso que eu decidi não sair com ninguém. Por alguma razão desconhecida não aparece alguém que efetivamente valha a pena. É sempre o mesmo papo péssimo, a mesma falta de percepção da sua alma na existência terrena, alienação. Honestamente a minha paciência se esvaiu. Começa que sou moralmente inadequada para qualquer sujeito, só porque acho as coisas naturais, e olha que nem pratico nada consideravelmente obsceno. Hiprocrisia, "eu quero uma pra viver!"

O fato é que as mães me odeiam antes de me conhecer. Sério! Eles sempre tem medo de me apresentarem para as mães. Só porque eu não concordo com alguns parâmetros sociais previamente estabelecidos de como a mulher deve se portar. Acho que assim como na mesa deve ser na cama. Imprevisível, sofisticada, deliciosa, decidida e nada silenciosa (depende).


Sou de família italiana, a gente xinga, brinca, se diverte e fala alto enquanto come. Acho péssimos aqueles casais em que as mulheres são caladas, e quando falam é sobre os filhos, a casa, o cabeleireiro ou a última roupa que comprou. Enquanto isso, os machos arrotam, bebem, falam palavrão... E olha que previsível, batem em suas bundas quando passam.

Queria mesmo ter talento pra buscar a cerveja na geladeira. Deus eu não tenho, porque até que eu chegue na sala eu já bebi a cerveja. Entende?! Mas é praticamente isso, os carinhas querem as meninas virgens, ou com caras de virgens, ou as que fingem que são virgens, para exibir. Aliás já percebi que homem não precisa ter integridade, se tem uma gostosa ao lado. Não aceito ser adereço de sujeito mentalmente encardido. E fisicamente não me enquadro no conceito de beleza atual. Não sou mulher fruta. Nem sou boa de fazer suco. TANG no máximo e com vodka.

Pareço uma frustrada falando, talvez porque eu tema ter um fim trágico. Acho que estou fadada à Amélia, obviamente não sei se por gosto ou falta de opção. É que já fui largada pelo que julgava ideal, e incrível, e perfeito...Vejo a perfeita merda que me enfiei. Me vi lavando e cozinhando para alguém, e as vezes eu esquecia que eu gostava de esmalte vermelho e não fazia as unhas. Perdi a memória de quem eu era.

Tive sorte quando ele foi embora, restou um pouco de mim. Sobrou muito pouco do que se supõe ser alguém, mas sobrou. Um corpo mais magro, querendo dar um jeito nisso e um sorriso que insistia em não sair da boca porque chorar era inevitável. Agora eu não quero provar um pouco mais do mesmo.


Não é apenas medo... É auto-preservação. Sempre achei que isso fosse desculpa para gente fraca. Mas sinto que enrolo, porque planejo e sou um profeta as avessas de mim mesma. “Só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa(...). De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?" (Adélia Prado).

E porque briguei com meu amigo? Eu nem me lembro... Mas ele me disse que isso tudo é bobagem, que eu não tenho a menor convicção no que digo, já que eu sou exigente demais e seletiva de menos, e nunca sofro já que nem da tempo. “O cara num corre de você, você o bota pra correr”. É vai ler um clássico, para se entender, ou complicar e não se arrepender. Mas você está me devendo uma cerveja... (briguei com outro amigo em seguida e nem sei de que briga estou falando mais).

2 comentários:

Unknown disse...

talvez uma conversa na qual as pessoas tenham opiniões diferentes não seja, necessariamente, uma briga.

Sarah Minini disse...

É vc tem razão, aliás eu reconheci isso no texto. Na verdade... Isso é só um monte de coisas que eu sempre penso e depois dispenso, que dispensa certo tempo até eu entender... E aí fica tudo mais ou menos bem.

valeu Dri