domingo, 23 de junho de 2013

Suspiro

Suspiro de tempo em tempo
Tal qual doce de armazém antigo que criança lambe o beiço
tem tanto doce que penso

Penso em não ficar pensando tanto
Mas não canso da sequência de letras que ecoa na cabeça
como se não tivesse mais nada dentro
vai e passa por cada beiradinha e volta
E antes mesmo de botar o pé no chão eu digo
Assim vem o primeiro suspiro do dia e já levanto da cama doce

Doce como suspiro de boteco, puro açúcar e corante
Que chega amarrar a garganta e faz um bolo na barriga
com a volta toda que dá chega virar chantili

Ai suspiro mais um pouco para encontrar mais um ar
e quando quase o perco lembro de respirar de novo pra ficar viva
meu destino agora é viver muito
de suspiro em suspiro sem nunca ser o último

E com esse doce todo lamber o dedo e a boca a todo tempo
pingar pra que?
Não desperdiço mais nenhum minuto de vida

Suspiro de forno desse que mãe faz
Branquinho que a gente come ainda quente
quando o açúcar fica cumprido e quase vira bala puxa-puxa
com cheiro de glacê

Como não fazer disso um verbo e simplesmente amar
essa infância de lambuzar tudo por um doce barato e puro
É não custa quase nada esse doce todo
Cola o dente na casca macia depois derrete
E mais um suspiro................................................................................



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